Na ultima sessão de "De quem são essas palavras" apresentamos a contribuição de Ivy Bandle ao espetáculo que está em fase de criação.
Agora é a vez de apresentarmos o texto da Manuela Figueiredo, que inspirou-se em sua vizinha para construir um texto que também dialoga super bem com nossa nova proposta, afinal, como já diria Tolstoi, "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia!"
"Uma senhora
de formas arredondadas. Moradora de uma rua agitada, ela é o que se
pode chamar de acumuladora.
A garagem de uma casa entre os prédios é
ocupada por sua proprietária e por centenas de quinquilharias, tendo
livre apenas o caminho da porta até sua cadeira cansada.
Passando
pela calçada, me sinto levada, sem o menor senso de educação, a
olhar para dentro daquele mundo dentro de uma garagem.
No meio das
meias, caixas, vidros, araras de roupas e sapatos algo se mexe.
Um
gato!
O homem da sua vida, a verdadeira paixão com quem tem tamanha
intimidade ou simplesmente quem ela gostaria de ter sido um dia.
Mas
o único...o único que tem livre acesso ao acumulo que deve ser seu
interior"
Manuela Figueiredo
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