segunda-feira, 14 de maio de 2012

De quem são essas palavras?


Na ultima sessão de "De quem são essas palavras" apresentamos a contribuição de Ivy Bandle ao espetáculo que está em fase de criação.

Agora é a vez de apresentarmos o texto da Manuela Figueiredo, que inspirou-se em sua vizinha para construir um texto que também dialoga super bem com nossa nova proposta, afinal, como já diria Tolstoi,  "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia!"





"Uma senhora de formas arredondadas. Moradora de uma rua agitada, ela é o que se pode chamar de acumuladora. 
A garagem de uma casa entre os prédios é ocupada por sua proprietária e por centenas de quinquilharias, tendo livre apenas o caminho da porta até sua cadeira cansada.
Passando pela calçada, me sinto levada, sem o menor senso de educação, a olhar para dentro daquele mundo dentro de uma garagem. 
No meio das meias, caixas, vidros, araras de roupas e sapatos algo se mexe.
Um gato!
O homem da sua vida, a verdadeira paixão com quem tem tamanha intimidade ou simplesmente quem ela gostaria de ter sido um dia.
Mas o único...o único que tem livre acesso ao acumulo que deve ser seu interior"
Manuela Figueiredo